Defender os interesses do povo e do País

Dar mais força à CDU<br> é dar força à luta

«Dar mais força à CDU é dar mais força à luta dos trabalhadores e do povo. É dar força à ideia que é possível e está ao nosso alcance uma real alternativa capaz de assegurar a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e defender os interesses, a soberania e a independência de Portugal. Dar mais força à CDU é afirmar que com a força do povo, é possível um Portugal com futuro». As palavras são de Jerónimo de Sousa no comício da CDU realizado na sexta-feira, 11, no Fundão, sob o lema «Defender os interesses do povo e do País».

O voto na CDU é o mais coerente de todos os que não se resignam

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Na iniciativa, em que participou igualmente Manuela Cunha, da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes» e candidata ao Parlamento Europeu, Jerónimo de Sousa enfatizou o trabalho desenvolvido no PE pelos deputados eleitos pela CDU, fazendo notar que eles estiveram sempre lá, «lutando para minimizar os efeitos negativos das medidas da União Europeia, pugnando por mais fundos e medidas de apoio ao desenvolvimento do nosso País, denunciando desde o início e sem hesitações as reais intenções das imposições contra Portugal como o pacto de agressão», enquanto os outros «abdicavam de direitos, de soberania, e até de meios que poderiam ser utilizados em favor de Portugal e dos portugueses».

É esse trabalho que «merece ser reconhecido e apoiado pelo povo português, renovando a confiança e reforçando a CDU com o seu apoio e o seu voto, para efectivar uma real mudança da situação em que nos encontramos», sublinhou, especificando que para o PCP mudança implica recuperação de direitos, de desenvolvimento e de soberania, significa a ruptura com as «propostas e projecto do PS, PSD e CDS que não têm outras soluções que não seja oferecer mais do mesmo, aprofundando e agudizando os problemas existentes».

Ao contrário desses partidos, que na ausência de outras soluções insistem no aprofundamento do federalismo, na cada vez maior concentração de poder no directório de potências que domina a União Europeia – e consequentemente nas «soluções» de regressão social que formatam a agenda comum dos partidos da direita e da social democracia, o que Portugal precisa e «não pode adiar por mais tempo» é de «uma mudança de rumo, uma verdadeira mudança alternativa e não as falsas e perversas soluções dos partidos do rotativismo nacional», afirmou Jerónimo de Sousa.

A análise feita pelo Secretário-geral do PCP à situação social, económica e política do País não deixa qualquer dúvida quanto à necessidade de mudança. Reportando-se aos dados apurados no inquérito do INE sobre Condições de Vida e Rendimento das famílias relativamente a 2012, o dirigente comunista chamou a atenção para o facto de ter bastado «pouco mais de um ano e meio de Governo do PSD/CDS para a pobreza dar um novo salto», o que significa que hoje «praticamente um quarto da população está no limiar da pobreza». Ao mesmo tempo, como não deixou de referir, acumulam-se os privilégios para o grande capital, como o testemunha o escandaloso volume de benefícios fiscais concedidos aos grupos económicos – mais de mil milhões de euros em 2012 –, a redução do IRC, a par da impunidade patente nas prescrição de responsabilidades financeiras de milhões de euros devidas por banqueiros ao Estado que favorece um continuado processo de concentração de centralização da riqueza em meia dúzia de famílias, ligadas aos grandes grupos económicos e financeiros.

Hipocrisia política

À medida que se aproxima, formalmente, o fim da intervenção da troika e a data das eleições para o Parlamento Europeu (25 de Maio), crescem de intensidade as manobras de branqueamento das responsabilidades pela situação em que o País se encontra, fez notar Jerónimo de Sousa. «Tal como no passado, quando levaram ao engano milhões de portugueses com promessas e juras falsas, aí os temos, uns a prometerem um rumo novo que é o mesmo de sempre – um rumo em convergência com a direita nacional e europeia e as suas políticas –, os outros, o Governo e os partidos da coligação governamental, lançados numa nova campanha de despudorados enganos e mentiras».

Referindo-se ao Governo e à maioria que o apoia, o Secretário-geral do PCP considerou que o «descaramento da campanha mistificadora é tal que este Governo que retirou e desvalorizou o subsídio de desemprego, congelou o salário mínimo, limitou e cortou o complemento social do idoso, o Rendimento Social de Inserção, que retirou o abono de família a milhares e milhares de crianças e as mais diversas prestações sociais, criou dificuldades imensas aos serviços de saúde, cortou salários e reformas, alterou as leis laborais em prejuízo dos trabalhadores, vem agora declarar que a sua grande prioridade para o período pós-troika vão ser as políticas sociais».

«Não há palavras para tanta hipocrisia política», disse, denunciando que com este Governo «estamos no domínio da farsa, estamos perante uma grande encenação imposta pelo calendário eleitoral que se abre com as eleições para o Parlamento Europeu e se prolonga para 2015 com as legislativas».

Lembrando que PSD e CDS chegaram ao governo pela via da mistificação e da mentira, Jerónimo de Sousa acusou aqueles partidos de continuarem a usar hoje os mesmos métodos, fazendo de tais práticas e da chantagem a derradeira tábua de salvação de uma governação cada vez mais desacreditada e isolada do País e do povo.

Para isso – lembrou – inventam “milagres económicos”, e lançam renovadas promessas, nas quais se incluem presentes envenenados, como aquele da disponibilidade do Governo para discutir o aumento do salário mínimo a troco de contrapartidas.

«Acenam com a oferta de um chouriço, mas fazem-no a pensar receber não um porco, mas uma vara de porcos! Por isso vêm juntar a discussão da produtividade ao aumento do salário mínimo e a novas medidas ditas de flexibilização das relações de trabalho, mas, de facto, de retirada de direitos e de aumento da exploração» – denunciou.

Das promessas à realidade

Ainda a propósito de falsas promessas, o dirigente do PCP lembrou que a PAC que hoje existe está construída para «proteger as grandes empresas multinacionais do agro-negócio» e isso está «bem patente nos seus efeitos devastadores dos últimos 20 anos com o desaparecimento em Portugal de 300 000 explorações». A Beira Interior é um exemplo desta realidade: 35% dos agricultores foram obrigados a abandonar a sua actividade.

Denunciando como um «descarado logro» as afirmações de que isto é um sinal da evolução da nossa agricultura, como sustentam os defensores desta PAC – o PSD, o PS e o CDS –, Jerónimo de Sousa pôs o dedo na ferida: o que estes números traduzem é a «desertificação do nosso mundo rural, é o abandono das nossas aldeias, é o dependermos cada vez mais do exterior para alimentarmos o nosso povo», lembrando que os que têm governado o País, incluindo a actual Ministra da Agricultura, «tudo têm feito para mascarar a realidade da agricultura e dos agricultores nacionais» papagueando o discurso do “oásis” desde década de 90.

A realidade, essa, demonstra que os pequenos e médios agricultores vivem mal e cada vez pior.

«Quando nos falam dos investimentos, nós questionamos por que é que o regadio da Cova da Beira ainda não está concluído? Por que é que cortaram 300 milhões de euros no PRODER? Esse dinheiro daria com certeza para terminar esta obra que é essencial para a região e para o País», disse ainda, sublinhando que tem sido a CDU quem tem lutado junto dos agricultores por uma vida melhor, e que os «nossos deputados no Parlamento Europeu tudo têm feito para combater estas políticas». E referiu, a título de exemplo, as centenas de propostas de alteração apresentadas, no âmbito da última reforma da PAC, visando a «defesa da nossa soberania alimentar, aliada à defesa dos pequenos e médios agricultores». Propostas, lembrou Jerónimo de Sousa, contra as quais votaram os deputados do PSD, CDS e PS em Bruxelas, «perpetuando os piores vícios desta PAC: – apoios para os grandes sem terem que produzir; desregulação dos mercados, designadamente com o fim dos direitos de plantio da vinha e das quotas leiteiras, ou seja, mais uma machadada na nossa agricultura».

«De uma coisa podem ter a certeza: com deputados da CDU no Parlamento Europeu, os pequenos e médios agricultores portugueses continuarão a ter uma voz que os defende, continuaremos a lutar activamente por uma outra PAC, por um outro rumo para nossa agricultura e para o País».

A luta não pode parar

O Secretário-geral do PCP terminou a sua intervenção com um apelo: levar a luta até ao voto nas eleições do próximo dia 25 de Maio para o Parlamento Europeu!

Fazendo notar que as próximas eleições são uma importante batalha para a defesa dos interesses nacionais e na luta por uma outra Europa dos trabalhadores e dos povos, cujo resultado pode e deve contribuir para apressar a derrota do Governo PSD/CDS e abrir espaço à alternativa, Jerónimo de Sousa não iludiu as dificuldades. «A batalha eleitoral que temos pela frente vai exigir muita militância, muita dedicação, muito esforço de todos aqueles que estão neste combate pela defesa dos interesses do povo e País», disse, pondo a tónica na necessidade de «fazer uma grande e empenhada campanha que afirme o voto na CDU, e seu reforço da votação e de deputados, como a mais decisiva contribuição para romper com as principais opções e políticas que estão na origem da crise no nosso País e também na União Europeia».

«É por isso que a nossa candidatura – a candidatura da CDU – é de facto a única candidatura verdadeiramente alternativa ao actual rumo, seja para Portugal, seja para a Europa. É por isso que o voto na CDU é o mais coerente de todos aqueles que não se resignam e lutam para derrotar este Governo e a política de direita», enfatizou, garantindo que «dar mais força à CDU é dar mais força à luta dos trabalhadores e do povo. É dar força à ideia de que é possível e está ao nosso alcance uma real alternativa capaz de assegurar a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e defender os interesses, a soberania e a independência de Portugal».

E terminou com um apelo e uma certeza: «Preparemo-nos para o combate que aí está. Vamos à luta com confiança!»

 

Uma colcha de abraços

Mónica Ramôa, candidata da CDU no distrito de Castelo Branco, centrou a sua intervenção na responsabilidade do PS, PSD e CDS pela «situação vergonhosa» em que se encontra Portugal, lembrando a propósito que «era o PS que estava no governo quando Portugal assinou o Tratado de Lisboa (toda a gente se recorda do “porreiro pá” de Sócrates ao abraçar Durão Barroso)… tratado esse que constitui uma nova “peste negra” para os povos europeus, literalmente,… pois a pobreza também mata».
O distrito de Castelo Branco, sublinhou, é bem o exemplo do retrocesso civilizacional que se regista no desenvolvimento de
Portugal devido ao pacto de agressão que está a ser alvo por parte da troika e do Governo PSD/CDS: 
• (segundo as estatísticas oficiais – se houvesse dados atualizados, os números seriam piores) Em 10 anos o desemprego aumentou 67% (de Janeiro de 2004 a Janeiro de 2014); estando o distrito (18,9%) acima do valor nacional (15,3%);
• Em 20 anos, a taxa de natalidade no distrito caiu vertiginosamente estando muito abaixo da nacional. Em 2012, no distrito, a taxa bruta de natalidade foi de 5,1 enquanto a de Portugal foi de 8,5; 
• Em 10 anos perdeu mais de 12 mil habitantes, isto é, mais de 6% da população total;
• Entre 2012 e 2018, estima-se que se perderá, só na Cova da Beira, 18% dos alunos do 1.º ciclo, isto é, mais de três mil crianças;
• Foram introduzidas as portagens na A23 e A25 (as mais caras do país); 
• A conclusão da eletrificação e requalificação da linha da Beira Baixa até à Guarda continua uma miragem;
• Encerraram escolas, extensões SAP e serviços de saúde, postos dos CTT, tribunais, serviços de finanças, postos da GNR, entre outros;
• Destruiu-se o aparelho produtivo, como a indústria e a agricultura;
• 3147 empresas encerraram ou estão em insolvência; só no mês de Março de 2014 encerraram 19, no distrito;
• No distrito de Castelo Branco, em 2011, os salários médios mensais já estavam 202 euros abaixo da média nacional, isto é, aqui ganha-se apenas 77% da média nacional… e hoje, a situação ainda será pior;
• Em 2011, no distrito de Castelo Branco, por cada 100 jovens até aos 14 anos havia 188 idosos, isto é, pessoas com mais de 65 anos. A média nacional era de 128 idosos por cada 100 jovens até aos 14 anos.

O distrito das bordadeiras

E no entanto, apesar deste panorama, a luta continua, lembrou a candidata, aproveitando para saudar os trabalhadores da Moviflor e das minas da Panasqueira, bem como de todos os que resistem e prosseguem a luta pelos seus direitos.

Fazendo notar que a luta que se trava no País não deve ser dissociada das eleições para o Parlamento Europeu, Mónica Ramôa sublinhou que «participar nesta eleição votando CDU é não nos resignarmos a assistir à destruição das nossas vidas, do nosso futuro e dos nossos filhos», é «rejeitar o aprofundamento do federalismo e da submissão à política neoliberal, afirmando o inalienável direito do povo português decidir do seu futuro».
A terminar, lembrou que o
distrito é rico em tradição e cultura, em conhecimento, ciência, inovação, arte, recursos minerais e hídricos, ambiente, produtos gastronómicos únicos e gente de fibra, mas é também o distrito das mulheres bordadeiras, que há séculos produzem das mais belas peças de arte que Portugal tem: o bordado de Castelo Branco, com toda a sua intrincada construção, rica de significado, nas colchas produzidas. 
Por isso, disse, na campanha da CDU no distrito, «abriremos uma colcha de bordado de Castelo Branco: com alcachofras bordadas que significam dedicação e sentimento, com muitos, muitos cravos vermelhos que significam a resistência, a fecundidade e a vivacidade, com alguns galos para que estejamos vigilantes na construção de um Portugal onde seja possível cumprir os valores de Abril, com… muitas romãs, que simbolizam a prosperidade, a abundância e a liberdade e, por fim, não podemos esquecer de bordar muitas uvas e gavinhas que significam a fartura, a pluralidade, a frutificação e a prosperidade. As gavinhas significam ainda… abraços… imprescindíveis para que os mais novos possam prosperar. E é para que estes abraços sejam possíveis que é preciso votar CDU».




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As eleições para o Parlamento Europeu constituem uma oportunidade para, pelo reforço da CDU, contribuir para derrotar o Governo PSD/CDS e a política de direita, para dar força à construção de uma política patriótica e de esquerda, condição indispensável para assegurar a defesa dos interesses do povo e do País, libertando-o do rumo de retrocesso social, empobrecimento, declínio económico e dependência.

O apoio à candidatura da CDU é a mais sólida e consequente opção para, dando expressão à luta do povo português pelos seus direitos e aspirações, afirmar o direito ao desenvolvimento num Portugal independente e soberano. Uma opção que, promovendo a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo, abra simultaneamente caminho a um projecto de cooperação entre estados soberanos e iguais em direitos, uma outra Europa dos trabalhadores e dos povos.

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